
A comunidade (foto ao lado) resistiu a essa crise e também ao período de seca e fome que assolou o país nos anos 1980. Hoje conta com mais de 200 integrantes, a maioria crianças e jovens, nascidos na Etiópia. Entre os adultos a composição é eclética. Embora a maioria seja natural da Jamaica, a comunidade conta ainda com nativos de outras ilhas do Caribe, da Inglaterra e dos Estados Unidos. Alguns trabalham no comércio local, com pousadas e mercearias. Hoje as coisas estão melhores também porque a comunidade conta com o apoio de artistas jamaicanos como Rita Marley, que financiou uma escola e um posto de saúde em Shashamane. O lugar também é visitado por turistas, principalmente na festa que realizam por ocasião do aniversário de Haile Selassie I, em 23 de julho.
Desmond Martin (foto ao lado), um jamaicano que chegou em Shashamane nos anos 1970, acha que a Etiópia será sempre uma terra sagrada, mas que eles “não são considerados como parte deste lugar”. Os nativos etíopes se dividem sobre eles, acham que são pessoas bem intencionadas, mas não aprovam o uso da ganja, porque, segundo o professor Taye Kebede , “eles estão criando um mercado para a maconha, fazendo com que os fazendeiros parem de cultivar batata”. A erva sagrada dos rastas e fatores políticos estão dificultando a obtenção da cidadania etíope pelos colonos, algo que reinvindicam há cinquenta anos sem sucesso. Mas eles continuam lutando, como ratifica Earl "Chips" Sobers, um rasta de 44 anos, natural de Trinidad e Tobago, que se radicou lá em 2002: “Algumas pessoas vieram para cá esperando encontrar o Paraíso. Não é. Esse é o país do leão. Você tem que ser um leão para viver aqui”.
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