A revolução não será televisionada
Você não poderá ficar em casa, irmão.
Você não poderá sentar na poltrona.
Você não poderá se perder na troca de canais durante o jogo futebol,
porque a revolução não será televisionada
A revolução não vai passar no domingo a tarde.
A revolução não será ilustrada pelo sorriso das paquitas encantadas
com a nova canção do Jota Quest Vini, Sandy e Junior ou Ivete Sangalo.
A revolução não será televisionada
A revolução não vai estar nas telenovelas e não será estrelada pela
Maria Fernanda e Edson Celulari ou Tony Ramos e Vera Fisher.
A revolução não irá ensinar como se comportar e não fará vocë chorar
no último capítulo.
Adriane Galisteu, Luana Piovane, Gisele Bushen e a
Feiticeira não vão fazer você mais sexy.
A revolução não será imprópria para menores de 12 anos
porque a revolução não será televisionada.
Não existirão imagens excluisivas de policiais espancando negros
na Favela Naval ou som do tiro seco na cabeça do passageiro.
O SBT não dará a previsão do tempo na capital e nos 23 estados
A revolução não será televisionada
A revolução não será televisionada em câmera lenta, com narração de Galvão Bueno.
Não haverá imagens repetidas do carro batendo contra o muro.
Não haverá imagens de trombadinhas batendo carteira em plena luz do dia.
Padre Marcelo não fará a oração para um mundo mais católico.
Roberto Marinho, Roberto Civita, Silvio Santos e Bispo Edir Macedo não
decidirão o que todos vão ver e ouvir.
Empregados, escravos e malandros não serão a cara da minha nação,
pois os negros estarão nas ruas por um dia melhor.
A revolução não será televisionada.
As duas torres não desabarão
A sua casa não será dos artistas
E o grande irmão não estará de olho em você.
A revolução não virá a seguir, depois dos comerciais de pasta de dente refrescante, cerveja gelada e absorvente extrafino
Você não terá que se preocupar com a sujeira na cozinha, os juros mais
baixos ou com a pele mais suave.
A revolução não será melhor com Coca Cola.
A revolução não será o melhor carro popular.
A revolução colocará você na direção.
A revolução não terá reprise;
A revolução será ao vivo.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Shashamane

A comunidade (foto ao lado) resistiu a essa crise e também ao período de seca e fome que assolou o país nos anos 1980. Hoje conta com mais de 200 integrantes, a maioria crianças e jovens, nascidos na Etiópia. Entre os adultos a composição é eclética. Embora a maioria seja natural da Jamaica, a comunidade conta ainda com nativos de outras ilhas do Caribe, da Inglaterra e dos Estados Unidos. Alguns trabalham no comércio local, com pousadas e mercearias. Hoje as coisas estão melhores também porque a comunidade conta com o apoio de artistas jamaicanos como Rita Marley, que financiou uma escola e um posto de saúde em Shashamane. O lugar também é visitado por turistas, principalmente na festa que realizam por ocasião do aniversário de Haile Selassie I, em 23 de julho.
Desmond Martin (foto ao lado), um jamaicano que chegou em Shashamane nos anos 1970, acha que a Etiópia será sempre uma terra sagrada, mas que eles “não são considerados como parte deste lugar”. Os nativos etíopes se dividem sobre eles, acham que são pessoas bem intencionadas, mas não aprovam o uso da ganja, porque, segundo o professor Taye Kebede , “eles estão criando um mercado para a maconha, fazendo com que os fazendeiros parem de cultivar batata”. A erva sagrada dos rastas e fatores políticos estão dificultando a obtenção da cidadania etíope pelos colonos, algo que reinvindicam há cinquenta anos sem sucesso. Mas eles continuam lutando, como ratifica Earl "Chips" Sobers, um rasta de 44 anos, natural de Trinidad e Tobago, que se radicou lá em 2002: “Algumas pessoas vieram para cá esperando encontrar o Paraíso. Não é. Esse é o país do leão. Você tem que ser um leão para viver aqui”.
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